Segunda-feira eu e a minha irmã recebemos um convite do nosso irmão para ir-mos jantar com ele, eram onze da noite e nós achamos um pouco estranho tanta pressa, mas devido à hora ficou adiado para quarta-feira.
Ontem houve em Évora os concerto Flash da Vodafone, que para quem não sabe, são uns concertos de sensivelmente 40 minutos onde cada banda ou dj convidado actua mais ou menos 20 minutos. A Évora vieram os Buraka Som Sistema e os Dezperados, o "espectáculo" começava ás 22 horas e ás 20 horas e 30 minutos havia filas de Km e Km para entrar num recinto onde só podiam entrar no máximo 20.000 pessoas. Dizem que vieram dois autocarros da Cova da Môra e um de Almada se não me engano, e havia pessoas a jantar á porta do recinto para conseguir entrar.
Isto tudo para dizer que está tudo louco, a noite de Évora nem parecia a mesma pois a maior parte das pessoas que vieram cá para ver o "espectáculo" não conseguiu entrar, então foi tudo para bares ou então andava tudo na rua, escusado será dizer que Évora não está preparada para tanta gente e estava tudo cheio, á uma da manhã era impossível entrar em praticamente todos os bares e a discoteca também já estava cheia.
Resumindo foi a loucura total na cidade de Évora por causa de 40 minutos de concerto.
"Não é fácil gostar de alguém, mas quando se gosta, gosta-se e pronto, não há nada a fazer. Pensamos na pessoa o dia todo e olhando para o tecto perguntamo-nos onde estará a outra pessoa naquele exacto momento em que pensamos nela. Onde estás? Ontem pensei em ti, hoje também, ainda agorinha mesmo estava a pensar em ti, e andamos nisto. Gostamos de alguém, não me perguntem agora porquê porque mesmo que vos quisesse dizer nunca saberia a resposta. Eu não sei o porquê! As pessoas gostam de saber porque diacho gostamos nós de alguém e isto não é fácil de explicar. Convenhamos: vi-a uma vez, talvez duas, o que não é muito eu sei, mas por que raio tem de existir uma regra que implica vermos mais do que uma vez alguém para sabermos que gostamos dela. E depois, alguns puritanos perguntam-nos: “Ai sim, gostas dela, então de que cor são os olhos dela? Como é que ela se chama?” Como se ao não sabermos responder a qualquer uma das perguntas ficasse assim provado que não gostávamos desse alguém. Mentira.
Quando se gosta quer-se que a pessoa de quem gostamos seja nossa, como se fosse um direito. E se estiver escrito em “Diário da República” tanto melhor. Algo como: “Declaramos para os devidos efeitos que a jovem etc. e tal é propriedade de Fernando Alvim, sua e apenas sua, seu grande malandro!”. As coisas infelizmente não são assim e já ninguém é de ninguém. Já ninguém dá a mão, na melhor das hipóteses faz-se um “leasing”, arrenda-se a mão ou coisa do género. Não gosto nada disto. O que eu gostava mesmo era de lhe perguntar: de quem são estas mãos? E ela dizer “São tuas!” De quem é esta boca? E ela responder “É tua!” De quem é este cabelo? “É teu.”Contudo, as defesas apoderam-se de nós, sentimos o ritmo cardíaco a aumentar e “ai a minha vida a andar para trás”, estamos com aquela pessoa de quem tanto gostamos e pensamos “não lhe posso mostrar que gosto já dela, senão está tudo estragado!” temos a oportunidade de estarmos juntos logo naquele dia e “ai que isto não é bem assim”.
Talvez por isso eu não percebo este amor que pensa e reflecte. O amor, a paixão, o desejo – todos parentes próximos de uma mesma família – não pensam muito, porque não existe uma lógica, uma norma a seguir, um “agora temos de ir ao cinema, jantar, teatro, exposição” e “vê lá o que está a dar na televisão?!” e “olha que não sou dessas” e ainda dez mensagens por dia! Para mim basta-me saber que gosto – e gosto – e perceber que o meu corpo responde por mim – e responde. Não tem de haver pressa! – dizem alguns. Não tem? Ai não, que não tem! O desejo não me parece ser algo tranquilo, é exactamente o contrário, é stressadinho, fuma cigarro atrás de cigarro – saia da frente que tenho pressa! -, o desejo buzina ao cair do semáforo verde, é taxista em hora de ponta – saia daí senhor! -, quer passar à frente de todos tipo Chico esperto -, tem urgência em chegar, quer ser rápido para se manifestar junto de quem gosta. Quando gosto de alguém, não quero saber se aquele ou o outro acredita nisso, não me interessa até perceber se ela própria acredita. O que me interessa mesmo é que eu saiba isso – e sei – é que eu acredite – e acredito – e que seja verdade – verdadinha."
Fernando Alvim
24 de Maio de 2007
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